Por ocasião dos 164 anos da cidade de Estância e 100 anos de Jorge Amado, o Clube dos Poetas juntamente com a Secretaria de Cultura e Prefeitura da cidade de Estância, homenagearam poetas, jornalistas, músicos, enfim, artistas de vários seguimentos da arte. E, não foi pequena a minha surpresa ao saber, através da minha tia Cecília Pitangueira que, essa homenagem se estendeu a mim: Fui homenageada por ter ganho, em tempos idos, um Festival de Poesia de Estância. Diga-se de passagem que, a intérprete do poema, Nasceste em Mim, deu ao mesmo um tom especial de beleza que, dificilmente, outro intérprete daria, porque Aparecida Sobral é impar.Única, na arte de interpretar! Grata a você, Aparecida.
Diz Odair José, em uma de suas canções que: „Felicidade não existe/o que existe na vida/são momentos felizes“ e, não errou o cantor com essa afirmativa... Por mais que se tente filosofar, a vida não foge além dos versos do cantor. Eu mesma costumo dizer que: A vida é um mar de espinhos com direito a algumas ondinhas de pétalas de rosas que são, exatamente, as alegrias que nos são proporcionadas, no decorrer de nossas existências. E, faço saber ao Clube dos Poetas que, esse gesto, acrescentou um momento de alegria, um momento especial, momento único, em minha vida. Quero ainda dizer que, são essas coisas que nos dão motivação para continuar e, sentir que nem tudo está perdido! Para seguir acalentando a certeza de que vale a pena lutar por um ideal, continuar acreditando que o lirismo não morreu de todo e não morrerá, enquanto houver o poeta... Poeta assim, como os que compõem o Fespofale que com muito desprendimento e garra, lutam por um objetivo: Não permitir que a poesia morra; jamais!
Quero agradecer a todos que estiveram engajados para que a festa do dia 05.05.2012 acontecesse. Em especial a todos poetas, ressaltando Sousa (Presidente do Clube), Guadalupe (Vice Presidente) que me tratou com muita delicadeza, quando nos falamos, por telefone, ao pessoal da Secretaria de Cultura que me fez chegar até Guadalupe, a Theo da Rádio Esperança (na qual trabalhei, ao lado de João Muniz) pelas informações a mim prestadas, Celia e Celma Barreto, Raimunda Andrelina e, obrigada, também, a Reginaldo Lima (Rádio Mar Azul) que recebeu o troféu a mim ofertado.
Grata ainda a todos os estancianos que, por ocasião do lançamento do meu livro „Labirinto“, e do Festival de Poesia Falada, do qual participei, tão bem me acolheram.
Grata, por principio e fim, ao Criador que me deu inspiração para escrever o poema que me proporcionou, por três vezes, o primeiro lugar em três Festivais de Poesias.
Abaixo o poema referido:
Nasceste em Mim
Nasceste furtivamente no meu interior...
Te concebi na minha mente,
Te criei nas pulsações das minhas veias,
Te construí em cada renovar das minhas células,
Te fortaleci substancialmente no meu seio!
Deglutiste em porções suaves a minha placenta,
E tomastes forma,
Viveste,
Cresceste,
Agigantaste...
Dei-te fibras férteis,
E as enlaçaste no meu corpo,
Aprisionando-me...
Inspiro-te e transpiro-te a todo instante:
És vida!
Portanto continuas...
Continuas dentro de mim,
Absorvendo-me!
E ao mesmo tempo libertando-me.
És o amor;
A inflar os pulmões cansados,
Com o oxigênio que se faz necessário à vida.
És o renovar constante,
És a certeza de um existir mais forte.
Por isso continuo...
Sou constantemente ativada,
Nunca morro de todo!
E não permito que morras;
A todo instante te ativo.
Somos eternos;
Morremos e nascemos a cada momento,
No profundo existir de nós mesmos.
Somos únicos!
Somos como as pedras que existem,
Mas não se constroem;
Se fizeram construídas...
Sou placenta viva que envolve e alimenta.
És útero fértil e ativo,
Que não permite o morrer definitivo.
Portanto, somos únicos,
Somos eternos!
Anamaria Pitangueira
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