O Mundo e Seu Radicalismo…

Esta história aqui (abaixo), fez-me lembrar quando estive em Milano. Eu estava com uma blusa sem mangas, mas, nada de traje esculhambado; era uma blusa “comportada”, como me é peculiar. Uma roupa adequada para o calorão do verão italiano.  

Fiquei na fila, com meu marido e, nem mesmo ele que é precavido, imaginou que não me deixassem entrar na catedral, por causa dos 10 centímetros que faltavam nas mangas da minha blusa.

Na frente da catedral, fica um monte de gente vendendo “pedaços de pano de compostura” (?) até parece conivência com a igreja… só que comigo não houve “negócio”…

Ao me aproximar da entrada, um guarda me impediu que entrasse! disse que “com aquela roupa eu não poderia entrar ali”. Argumentei que tinha viajado 1.300 quilômetros para aquela visita etc. etc., mas, o cara foi  irredutível. Foi então que tive uma ideia: Usar a camisa do meu marido! Saímos um pouco da fila e pedi a ele que tirasse a camisa que eu jamais retornaria à Alemanha sem conhecer o interior da catedral – se soubesse da insignificância da mesma, por dentro, jamais teria feito aquilo – ele relutou um pouco mas, acabou atendendo ao meu pedido. Deu-me a camisa e ficou de costas pra rua. Como tinha uma “mochila” nas costas, não fez tanta diferença assim… mas, quando retornei, ele estava envergonhado, encolhido num canto; coitadinho!

O guarda quando me viu com aquela camisa quase batendo nos meus pés, teve uma crise de riso e eu também… fiquei lá dentro somente 8 minutos, para que meu marido pudesse também entrar, e, saí decepcionada: Tanto sacrifício e não vi nada que valesse a pena… e nenhum motivo para tanto radicalismo por parte da igreja…

O rapaz da foto, pelo menos constatou que “usar saia é bom”!!!  Alias ele ficou muito bem de saia (risos).

 

Homem de Saia

Na última terça-feira estivemos eu e a Claudia, minha mulher, visitando, a trabalho, a feira de presentes Gift Fair no Center Norte. Depois de algumas horas andando, fomos ao banheiro, que se localizava fora da feira. Ao retornar, fui abordado por um segurança que me informou que eu não poderia mais entrar, pois estava... de bermuda. Tentei convencê-lo do absurdo da regra, pois além de eu estar dentro da feira “trabalhando” a cerca de 4 horas, fazia um calor de 34 graus, e haviam dezenas de mulheres usando bermudas, mini saias e shortinhos minúsculos no evento sem que nada lhes fosse coibido. Minhas quase súplicas de nada adiantaram, os seguranças (agora já eram em 3 funcionários) alegaram que as câmeras haviam registrado minha presença fora dos padrões dos trajes exigidos e que nada poderia ter sido feito, eu não poderia retornar para a feira. Nesse momento a Claudia teve uma idéia: ok, ele não pode entrar de bermuda, mas as regras nada dizem sobre homens entrarem de saia. Nesse momento nos entreolhamos e com poucas palavras e muita cumplicidade nos dirigimos ao banheiro e trocamos de roupa, ela colocou a bermuda e eu a saia que ela usava. Entramos na feira sem que ninguém nos pudesse impedir e tranquilamente terminamos o que fomos fazer. Foi muito interessante ver como uma peça de roupa pode causar tanto desconforto nas pessoas. Pois é, sai da feira com o propósito de fazer um inocente xixizinho e voltei de saia, mas vou confessar é uma delícia usar saia, hahahaha. Viva o Flávio de Carvalho e o Laerte!

Alberto Lefevre

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