Do Verbo Ser, o Será

Sou um barco sem rumo

Perdido na imensidão do mar

sou uma ovelha rebelde

que ao longo da estrada

Vê seu rebanho passar...

Sou um grão sem espécie

que o acaso quis semear

Sou um ébrio triste

que rola de bar em bar

Sou uma canção tristonha

Na serenata ao luar

Sou um fracassado amor

Que a ilusão vem consolar

Sou uma lágrima oculta

Que o falso sorriso toma o lugar...

Sou um pássaro triste

que alegre canta

Pra nunca te ver chorar!

Sou sempre o nublado do céu

E a revolta das ondas do mar...

Do verbo ser

Serei sempre:

O será.

 

Anamaria Pitangueira

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